O COPOM elevou a taxa Selic de 14,25% para 14,75%, por conta de: inflação persistente, dólar alto, desconfiança nas contas públicas, impacto dos juros nos EUA.
A cada nova reunião do COPOM, o mercado segura a respiração. E nesta última, o Comitê de Política Monetária decidiu por uma nova alta de 0,5 ponto percentual, elevando a Selic de 14,25% para 14,75%.
Mas afinal, o que está por trás dessa decisão? É o que te respondo aqui neste artigo, com os principais fatores que motivaram essa elevação.
O IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, subiu 0,56% em março e acumula alta de 5,48% nos últimos 12 meses. Esse número continua acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5%.
Apesar de leves ajustes nas projeções do Boletim Focus (de 5,55% para 5,53% em 2025), o cenário ainda preocupa. Essa persistência inflacionária sugere dificuldades de controle sobre os preços, o que exige medidas mais rígidas, como o aumento dos juros.
Com juros mais altos, o crédito fica mais caro, o consumo desacelera e a economia tende a esfriar, o que ajuda a conter a inflação.
A cotação do dólar tem se mantido acima de R$ 5,00 por um longo período. Isso impacta diretamente o preço de produtos importados e pressiona ainda mais a inflação.
A alta da Selic, nesse contexto, também serve para atrair capital estrangeiro. Como a Selic é a taxa que remunera os títulos do governo, um juro mais alto se torna mais atrativo para investidores internacionais. Com mais entrada de dólares no Brasil, a pressão cambial tende a diminuir.
Outro fator que pesou foi a falta de confiança do mercado na capacidade do governo de equilibrar as contas públicas.
O Brasil continua gastando mais do que arrecada, e até agora o governo não apresentou reformas estruturantes ou medidas fiscais robustas para reverter esse cenário. Isso gera incerteza e risco.
E quanto maior o risco percebido, maior o prêmio exigido pelos investidores, o que se traduz em juros mais altos.
A elevação da Selic também tem um papel de sinalização, o Banco Central tenta mostrar ao mercado que está comprometido com o controle inflacionário, mesmo com um ambiente fiscal frágil.
A taxa de juros nos EUA permanece elevada, no intervalo entre 4,25% e 4,50%, após decisão tomada nesta quarta-feira (7) pelo Federal Reserve (Fed).
Isso afeta diretamente países emergentes como o Brasil, pois os investidores tendem a realocar recursos para ativos norte-americanos, considerados mais seguros e agora também bem remunerados.
Para manter o Brasil competitivo e atrativo, o Banco Central se vê pressionado a manter uma Selic elevada. Do contrário, o país perde atratividade frente aos Treasuries americanos.
Tubarão, o cenário ainda está cheio de incertezas. A pergunta que fica no ar é: essa será a última alta da Selic ou ainda veremos mais ajustes ao longo de 2025? E aí, gostou da explicação, Tubarão? Então, fique de olho aqui no blog e nas minhas redes sociais!
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