A Taxa Selic subiu de 13,25% para 14,25%, o que já é o maior patamar desde agosto de 2006. E, neste artigo, resolvi te explicar qual o contexto para esta alta.
Na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta semana, chegamos ao quinto aumento consecutivo na Taxa Selic. A decisão foi por uma nova alta de 1 ponto percentual, o que levou a taxa básica de juros de 13,25% para 14,25%.
As estimativas dos especialistas do mercado financeiro eram praticamente unânimes quanto a esta alta. O próprio Copom, na ata da última reunião em janeiro, já sinalizava esta alta:
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”.
Trata-se do maior patamar desde agosto de 2006, quando a taxa estava em 14,75%. Sendo assim, este é o histórico mais recente da Selic, puxando o ano de 2024 até agora:
Bora entender quais os motivos que levaram a Selic a 14,25%?
Este é, possivelmente, o principal fator para a alta. O IPCA, que é a inflação oficial do país, fechou o ano de 2024 em 4,83%, o que representa um valor acima do teto da meta inflacionária.
Mas, para a tomada de decisão, não se olha apenas a inflação passada e sim as projeções futuras. E aí está a maior preocupação: As projeções para a inflação brasileira seguem muito altas.
No Boletim Focus desta semana, a projeção do IPCA caiu de 5,68% para 5,66% em 2025. Apesar desta leve queda, o índice segue muito acima do teto da meta, que é de 4,5%. E o dado concreto já divulgado no momento é este:
O IPCA fechou em 1,31% em fevereiro, segundo dados do IBGE, o que é o maior patamar para o mês em 22 anos e representa um índice de 5,06% no acumulado de 12 meses.
Esses índices só mostram que o país não está conseguindo cumprir a meta inflacionária, demonstrando falta de controle sobre os preços. E o Banco Central enxerga na Taxa Selic o principal modo para conter as pressões inflacionárias.
Tubarão, você lembra a última vez em que o Dólar esteve abaixo dos R$ 5,50? Foi na metade de setembro do ano passado. Sim, a cotação da moeda norte-americana tem se mantido acima desta marca há bastante tempo, o que impacta nos preços aqui no Brasil.
Assim, os investidores optam por não colocarem recursos no nosso país, o que pressiona a cotação do Real X Dólar e desvaloriza o câmbio aqui.
A alta da Selic é uma forma que o Banco Central enxerga para tornar os investimentos no Brasil mais atrativos para o dinheiro que vem de fora. Ou seja, estamos falando de um estímulo para a entrada de dólares no país, a fim de conter a desvalorização cambial.
O Brasil é um país com dificuldades em manter um orçamento equilibrado, pois gasta mais do que arrecada. Sabe qual é o efeito disso, Tubarão? O mercado duvida que o governo brasileiro seja capaz de controlar seus gastos.
Por isso, o Banco Central enxerga no aumento da Selic:
A semana foi de Super Quarta no mercado financeiro. O Fed (Federal Reserve) se reuniu e decidiu pela manutenção da taxa de juros dos Estados Unidos no intervalo entre 4,25% e 4,50%. Este intervalo é considerado um patamar muito elevado para os juros dos EUA. Quais os efeitos disso no Brasil?
Lembre-se que somos um país emergente e, com a taxa de juros alta lá, os investidores tendem a tirar recursos daqui e alocá-los nos títulos públicos norte-americanos (treasuries). É aquilo: o dólar é considerado uma moeda mais forte, o que faz com que o Brasil seja “obrigado” a subir a Selic para continuar com juros “atraentes”.
Aproveitando que o tema está em alta, eu também preparei um vídeo especial para te contar tudo sobre a Super Quarta do mercado financeiro, que você pode conferir abaixo:
E aí Tubarão, gostou de ficar atualizado sobre o que está acontecendo no mercado financeiro? Então, continue acompanhando as notícias do mercado financeiro aqui no blog e nas minhas redes sociais.
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