Tarifaço de Trump: O que está por trás da tarifa de 50% contra o Brasil (e o que isso muda para a economia)

Tarifaço de Trump, com o decreto assinado, impõe uma tarifa de 50% sobre o Brasil. Entenda os impactos, os produtos isentos e o que muda na economia brasileira.

4/8/2025 10:10
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Na mesma semana em que a Super Quarta movimentou os mercados com a decisão do Copom sobre a Selic, outro evento sacudiu a economia global: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

Sim, Tubarão. O chamado "Tarifaço de Trump" entrou oficialmente no jogo e pode impactar diretamente o bolso dos brasileiros, e os rumos das exportações do Brasil. Venha entender o que está acontecendo e o que realmente muda com essa medida.

O que diz o decreto de Trump?

No dia 30 de julho, Trump assinou uma ordem executiva que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, somada aos 10% anteriores, o total chega a 50%.

Segundo o comunicado da Casa Branca, a decisão foi tomada porque ações do governo brasileiro representariam uma "ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA".

Entre os pontos citados como justificativa estão:

  • Supostas violações à liberdade de expressão de cidadãos americanos;
  • Perseguição política a opositores do governo brasileiro;
  • Censura de empresas americanas nas redes sociais;
  • Ações do STF, com destaque para o ministro Alexandre de Moraes.

Esses segmentos são importantes para a balança comercial brasileira e agora enfrentarão perda de competitividade frente aos concorrentes de outros países.

Além disso, o comunicado da Casa Branca é recheado de críticas diretas ao STF brasileiro e ao ministro Alexandre de Moraes, citando episódios de censura e perseguição política a opositores de Jair Bolsonaro, inclusive o caso de Paulo Figueiredo, processado no Brasil por declarações feitas nos Estados Unidos.

Também os vistos de oito ministros do STF foram revogados, assim como o do procurador-geral Paulo Gonet. A Casa Branca afirma que está “defendendo a liberdade de expressão americana” e “protegendo empresas americanas contra coerção e censura”.

Quais as exceções da lista?

O decreto vem acompanhado de uma longa lista de exceções. Cerca de 700 produtos brasileiros não serão afetados pela tarifa de 50%, o que representa entre 43% e 47% das exportações totais para os EUA.

Estes são alguns dos produtos isentos da tarifa:

  • Suco e polpa de laranja
  • Petróleo bruto, gás natural e derivados
  • Minérios (ferro, estanho)
  • Aço, alumínio e produtos siderúrgicos
  • Aeronaves civis e peças (como aviões, helicópteros e drones)
  • Veículos de passeio e autopeças
  • Celulose, papel, madeira
  • Fertilizantes e produtos químicos industriais
  • Metais preciosos como ouro e prata

Ou seja: grandes setores da indústria brasileira foram poupados do tarifaço. Mas outros não tiveram a mesma sorte… Além disso, alguns setores estratégicos do agronegócio ficaram de fora da lista de exceções e serão sobretaxados:

  • Café
  • Carne bovina
  • Frutas frescas
  • Têxteis e roupas

Quem se beneficiou com as isenções?

Apesar do susto inicial, algumas gigantes brasileiras se beneficiaram com as isenções (pelo menos por enquanto):

  • Aeroespacial: Embraer e fornecedores do setor, com isenção total em aeronaves e peças.
  • Energia: Petrobras e empresas do setor de óleo e gás, protegidas pelas isenções no petróleo e gás natural.
  • Mineração: Vale e siderúrgicas beneficiadas pela exclusão de minério, aço e alumínio.
  • Celulose: Suzano e outras companhias florestais foram poupadas da tarifa.
  • Montadoras: Empresas como GM, Stellantis e Volkswagen continuam exportando veículos e peças sem a tarifa extra.
  • Fertilizantes: Setor relevante para o agro brasileiro segue isento.

Quais os impactos do Tarifaço para o Brasil?

Mesmo com quase 700 produtos brasileiros isentos da tarifa, o decreto de Trump impõe uma pressão real sobre a economia do Brasil, especialmente em setores sensíveis como o agronegócio e a balança comercial. Abaixo, destaco os principais efeitos dessa medida:

  • Dólar pode subir: Se o Brasil exporta menos, entram menos dólares no país. Isso reduz a oferta de moeda estrangeira no mercado e, como consequência, o real se desvaloriza. E um Real mais fraco significa que tudo que importamos (como trigo, combustíveis, insumos industriais) tende a ficar mais caro. Para o Banco Central, essa movimentação cambial vira um novo desafio no controle da inflação.
  • Inflação pode aumentar: Combustíveis, alimentos processados e produtos com peças importadas sofrem reajustes. Isso gera um efeito cascata na inflação, justamente em um momento em que o Brasil ainda tenta trazer o IPCA de volta para a meta. Ou seja, o Tarifaço pode jogar contra a política monetária do Banco Central e adiar possíveis cortes na Selic.
  • Menos competitividade para o agro: Produtos como carne bovina e café, grandes estrelas das exportações brasileiras, ficaram de fora das isenções. Com a tarifa de 50%, os compradores podem optar por fornecedores de outros países. Isso ameaça diretamente a balança comercial do agronegócio e coloca pressão sobre a receita de produtores brasileiros.
  • Clima tenso nas relações diplomáticas: O Brasil tenta negociar, mas até agora Trump se mostra inflexível. Nem Lula conseguiu agendar uma conversa direta com o presidente americano. Com canais diplomáticos travados, o risco é que o impasse se prolongue e afete outros acordos comerciais. Tudo isso em um momento em que o Brasil precisa atrair investimentos e reforçar sua posição no comércio internacional.

As tarifas entram em vigor em 6 de agosto. Os impactos devem começar a ser sentidos nas próximas semanas, especialmente no setor exportador. Como você percebeu, o Tarifaço não é só uma disputa comercial. 

Ele envolve diplomacia, política, economia e até o humor dos investidores. E pode afetar diretamente o bolso de quem investe e a competitividade de quem exporta. 

Por isso, continue acompanhando aqui no blog e nas redes do Professor Lucas Silva. A gente te explica o que está por trás das notícias e como isso mexe com sua carreira e seu dinheiro.

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