A Taxa Selic chegou a 12,25%, um aumento de 1 ponto percentual. Inflação fora da meta foi um dos fatores que mais pesaram na decisão. Entenda tudo neste artigo.
A alta na Taxa Selic foi anunciada após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta semana. A taxa, que estava em 11,25%, subiu para 12,25%, marcando um aumento de 1 ponto percentual.
Esse movimento reflete a preocupação do Banco Central com o cenário econômico do país, especialmente em relação à inflação, ao desequilíbrio fiscal e à desvalorização cambial.
A inflação tem sido o principal desafio enfrentado pelo governo e pelo Banco Central. Em novembro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,39%, acumulando uma alta de 4,87% nos últimos 12 meses.
Apesar de estar dentro do intervalo de tolerância da meta para 2024 (3%, com margem de 1,5%), as projeções futuras indicam um cenário preocupante. Segundo o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, a estimativa do IPCA para 2024 subiu de 4,71% para 4,84%.
Esses números mostram que o controle da inflação tem sido desafiador, mesmo com medidas restritivas já em vigor.
A inflação corrói o poder de compra das famílias, encarece os produtos e serviços e afeta diretamente os custos das empresas. Para conter esse problema, o Banco Central utiliza a Selic como instrumento, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo.
Esse movimento de alta na Selic visa “esfriar” a economia, reduzindo a pressão sobre os preços. Ainda assim, tem impactos secundários, como o aumento do custo da dívida pública.
Outro fator que influenciou a decisão do Copom é a situação fiscal do Brasil, o governo anunciou recentemente um pacote fiscal, liderado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o objetivo de cortar R$ 70 bilhões nos gastos públicos até 2026. Essa iniciativa é uma tentativa de equilibrar as contas públicas e reduzir o déficit fiscal.
Porém, o mercado financeiro avalia que essas medidas ainda são insuficientes para resolver o problema estrutural das contas públicas.
Um orçamento desequilibrado aumenta a desconfiança do mercado em relação à capacidade do governo de honrar seus compromissos financeiros. Isso eleva os prêmios de risco e pode afastar investidores, tanto nacionais quanto internacionais.
O aumento da Selic também atua como uma forma de sinalizar ao mercado que o governo está comprometido com a estabilidade econômica, incentivando a entrada de recursos no país.
Nos últimos meses, o Real tem se desvalorizado significativamente frente ao Dólar, ultrapassando a marca de R$ 6,00. Essa alta no câmbio impacta diretamente os preços internos, já que o Brasil depende de muitos produtos e insumos importados.
Com a desvalorização do Real, produtos importados ficam mais caros, o que eleva os custos de produção para diversas indústrias e, consequentemente, os preços ao consumidor. Esse fenômeno é conhecido como inflação de custos.
Além disso, a alta do Dólar reflete a saída de capital estrangeiro do país, uma vez que investidores têm buscado mercados mais estáveis e com maior segurança jurídica.
Ao elevar a Selic, o Brasil torna seus ativos financeiros mais atrativos para investidores estrangeiros, o que ajuda a estabilizar o câmbio. No entanto, esse efeito pode ser temporário se outras questões estruturais, como o desequilíbrio fiscal, não forem resolvidas.
O mercado projeta que o ciclo de alta na Selic deve se prolongar ao longo de 2025. O Banco Central, por sua vez, sinaliza que manterá uma postura vigilante para garantir que a inflação retorne ao centro da meta no médio prazo.
No entanto, esse aperto monetário tem custos. Taxas de juros elevadas podem dificultar o crescimento econômico, desestimular investimentos produtivos e aumentar o desemprego. Continue acompanhando as notícias do mercado financeiro aqui no blog e nas minhas redes sociais.
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