A Taxa Selic chegou a 11,25% em sua 2ª alta consecutiva, um aumento de 0,5 ponto percentual. Esta é a maior alta desde maio de 2022. Entenda tudo neste artigo.
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Taxa Selic de 10,75% para 11,25% ao ano, destacando a adoção de uma medida mais intensa para conter a inflação persistente.
Os analistas do mercado financeiro já previam essa alta de 0,5 ponto percentual. E a decisão do Copom por esta alta foi unânime. Para o final de 2024, dados do Boletim Focus desta semana mostram que o mercado financeiro espera mais alta de 0,5 ponto percentual, o que levaria a Selic a 11,75% ao final do ano. Ou seja, na próxima reunião, nos dias 10 e 11 de dezembro, esta seria a decisão a respeito dos juros.
Para entender sobre esta nova alta da Selic e como isso se reflete no mercado, eu preparei este artigo aqui no blog.
Caso você não saiba, Tubarão, a Selic serve para conter a inflação e aqui está um dos principais motivos para essa alta da Selic.
Em setembro, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechou em 0,44%, acumulando 4,42% no período de 12 meses. Cabe ressaltar que a inflação assim ainda se mantém acima da meta central de 3% estabelecida pelo Banco Central e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Então, talvez, você se pergunte: “Lucas, com a inflação dentro da meta, por que a Selic mesmo assim subiu?”.
E aqui está o pulo do gato, pois, quando se decide pela taxa de juros, é preciso olhar para frente e as projeções. E as projeções para a inflação não param de subir, conforme consta no Boletim Focus. A projeção mais recente para o IPCA subiu de 4,55% para 4,59%, o que representa uma inflação acima da meta. Ou seja, o cenário indica uma necessidade de aperto monetário maior.
Em conjunto com a inflação, outro motivo para a alta da Selic é o cenário de baixo desemprego. Atualmente, a taxa de desemprego no Brasil chegou a 6,4% no terceiro trimestre de 2024.
Este é o segundo menor nível da história e, talvez, você me traga outra pergunta: “Lucas, não é bom ter mais empregos?”.
Claro que é, Tubarão. Mas, é preciso ressaltar o impacto direto na demanda, pois pressiona o consumo e pode elevar ainda mais os preços, especialmente no setor de serviços.
E, sim, a inflação de serviços tem sido pressionada por este aumento no dinamismo entre emprego e renda. Isso também gera um crescimento econômico acima do esperado pelos agentes financeiros e pelo Banco Central.
Agora, bora falar de Dólar, Tubarão? Sim, a taxa de câmbio também tem gerado impacto inflacionário, com a cotação do dólar chegando a R$ 5,68 nesta semana. “Ah para, Lucas, até o Dólar mexe com a inflação?”.
A resposta é sim, pois a cotação do Dólar tem efeitos sobre os preços aqui, encarecendo produtos importados e afetando os custos no Brasil. Dessa maneira, os investidores têm a tendência a não colocarem recursos no nosso país, o que pressiona a cotação do Real X Dólar e desvaloriza o câmbio aqui.
E ainda precisamos falar do aspecto fiscal, que, com a falta de soluções para as contas públicas e as dificuldades de manter um orçamento equilibrado, faz com que o mercado duvide que o governo brasileiro seja capaz de controlar seus gastos. E o Brasil é um país que gasta mais do que arrecada, o que representa um déficit primário. Entendeu a preocupação do mercado?
Por isso, o Copom subiu novamente os juros: para mostrar ao mercado e aos investidores que há um cuidado constante com a inflação, na tentativa de demonstrar segurança a eles, tentando fazer com que mais recursos venham para cá.
A elevação da Selic torna a Renda Fixa mais atraente e favorece ativos que acompanham o CDI, agora em 11,15%. E empresas como Metal Leve, Auren e Petrobras têm oferecido dividend yields acima deste patamar, e podem ser opções para investidores que buscam retornos além da renda fixa.
No Tesouro Direto, títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic, passam a render mais, sendo ideais para reservas de emergência. Já os títulos indexados ao IPCA oferecem taxas atrativas, mas demandam paciência para a valorização de longo prazo.
Com a atratividade da Renda Fixa, muitas empresas têm ajustado suas taxas de emissão, como debêntures, CDBs, CRIs e CRAs, o que exige cautela.
O mercado privado oferece algumas oportunidades, especialmente em papéis mais curtos e com boas garantias, mas a seleção deve considerar a relação entre taxa, qualidade e indexadores.
O Copom continuará monitorando a inflação e o cenário fiscal, mencionando que o ajuste futuro da Selic dependerá da convergência da inflação à meta e das expectativas inflacionárias.
A próxima reunião será nos dias 10 e 11 de dezembro. Será que a previsão de 11,75% vai se confirmar? Aguardemos, Tubarão! E se você quer continuar por dentro dos assuntos do cotidiano do mercado financeiro, siga acompanhando aqui o blog.
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