Do “cepo” para o câmbio flutuante: Preparei este artigo para explicar sobre a nova política cambial da Argentina, além de mostrar os efeitos disso no mercado.
Desde a última segunda-feira (14), a Argentina deu o primeiro passo na flexibilização do "cepo", sua antiga política de controle cambial. O banco central do país anunciou esta medida na última sexta-feira (11).
Com a medida, para a moeda argentina, chegou ao fim a paridade fixa e agora passa a se ter um câmbio flutuante.
Por isso, escrevi este artigo para te explicar melhor essa mudança histórica. Vem comigo, Tubarão?
Como você leu acima, agora, na Argentina, passou a ter o câmbio flutuante, o que significa que a oferta e demanda do mercado é quem determinará o valor da moeda, no caso, o peso.
Anteriormente, era o conhecido “cepo”, que eram restrições cambiais que controlavam a compra e venda de dólares, um câmbio fixo. Ele foi implementado em 2019 e a ideia era limitar a compra e evitar a fuga de capitais, o que estabilizaria a economia do país. E tudo isso num cenário problemático nas contas públicas e os preços lá em cima.
A nova política fará com que o peso argentino flutue entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar. Essa faixa será ajustada mensalmente, com expansão de 1%, seja no limite superior ou inferior. E, caso esse intervalo seja quebrado, o banco central do país poderá negociar os dólares.
O Banco Central da Argentina entende que poderá operar em mercados secundários a partir de operações de mercado, dentro de um cenário da moeda do país flutuando dentro dos limites.
A nova política também encerra o chamado “grampo do dólar”, o que possibilita às empresas enviarem lucros para o exterior, abrindo portas para investimentos de multinacionais. Este grampo restringia acesso à moeda estrangeira.
O entendimento do governo argentino é de que o cepo “limitava o funcionamento normal da economia”, conforme Luis Caputo, Ministro da Economia da Argentina.
Com estas novas medidas, o governo espera, em conjunto com os recursos cedidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional):
Cabe ressaltar que, desde a última sexta-feira (11), o país sulamericano tem um acordo com o FMI de US$ 20 bilhões no prazo de 48 meses, sendo:
Com este acordo com o FMI, o objetivo é acumular reservas internacionais, o que já era um dos planos do governo de Milei. Até o final deste ano, a estimativa de acúmulo de reservas internacionais líquidas é de US$ 4 bilhões. Além disso, espera-se um aumento para US$ 8 bilhões em 2026.
Por um lado, houve alta no mercado de ações e nos títulos públicos da Argentina. Por outro, também houve a desvalorização do peso.
Começando pelas ações, a alta foi 4,70% no S&P Merval, que é o índice do desempenho das ações mais líquidas do país. Além disso, também tiveram alta as empresas do país listadas nas bolsas norte-americanas:
Quanto à desvalorização da moeda argentina, eram necessários 1.196,31 pesos para cada 1 dólar na última segunda-feira (14). Se comparado à última sexta-feira (11), houve alta de 11,38% no valor, quando 1 dólar valia 1.074 pesos.
Ainda assim, o FMI considera que a Argentina pode, até o início de 2026, acessar os mercado de capitais internacionais se houver uma forte implementação da nova política cambial e que aconteça um rápido acúmulo de reservas. Isso contribuiria para a redução dos custos de empréstimos.
Lembrando que o país ainda enfrenta preços elevados, mesmo com a redução da inflação, e suas reservas continuam no vermelho. E aí Tubarão, gostou de se atualizar sobre o que está acontecendo fora do Brasil? Continue acompanhando o blog aqui e as minhas redes sociais, que sempre tem conteúdos atualizados.
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