Por quais índices é possível medir a inflação no Brasil?

A definição de inflação é uma representação do aumento generalizado de preços de bens e de serviços, aumentando o custo de vida e reduzindo o poder de compra.

25/2/2022 16:30
capa do artigo

Foto: Divulgação/Pinterest

Os índices de inflação são basicamente utilizados para medir a variação dos preços e o impacto no custo de vida da população, funcionando assim como um termômetro para a economia, além de analisar o comportamento dos preços, tanto a nível geral, quanto em setores e regiões. E os principais medidores da inflação são: 


IPCA

O IPCA, ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é considerada a inflação oficial do país. É calculado e divulgado pelo IBGE e serve como base para o Conselho Monetário Nacional (CMN) definir a meta da inflação. 

Dentro do seu cálculo, está o consumo das famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos, incluindo alimentação e bebidas; artigos de residência; comunicação; despesas pessoais; educação, habitação; saúde e cuidados pessoais. É medido entre os dias 1º e 30 mensalmente. 

Sobre o IPCA, você pode ver no vídeo abaixo a breve explicação que fiz para você fixar:


INPC

O INPC, ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor, é também divulgado e medido pelo IBGE, mas, diferentemente do IPCA, ele foca numa faixa salarial mais baixa: até 5 salários mínimos. É por isso que, neste índice, são mais sentidas as alterações de preços de serviços e produtos mais básicos. 


IGP

O IGP, ou Índice Geral de Preços, é calculado e divulgado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Sua criação se deu a fim de abranger outros setores da economia fora o do consumidor, como atacado e construção civil. 

Dentro dele, há 3 outros indicadores que o compõem: 60% é do IPA (Índice de Preços ao Atacado), 30% é do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e 10% é do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção Civil). Assim, este indicador engloba diversas etapas do processo produtivo, especialmente os preços do atacado.

Separei no vídeo abaixo como o IGP-M se aplica no nosso cotidiano. Veja a seguir:


IPC-S

O IPC-S, ou Índice de Preços ao Consumidor Semanal, é também calculado e divulgado pela FGV e mede a variação de preços de produtos e serviços em 7 capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Brasília. 

Para entrar no índice, a renda mensal das famílias deve variar de 1 a 33 salários mínimos. Sendo assim, no seu cálculo, são sempre consideradas 4 semanas, fechando nos dias 7, 15, 22 e 30 de cada mês.

Para fixar: mas o que é inflação?


Falamos dos medidores, mas não falamos sobre o que é medido. Chama-se inflação o aumento dos preços de produtos e serviços e é calculada pelos índices vistos acima. Ela gera incertezas importantes na economia, o que desestimula o investimento e, consequentemente, prejudica o crescimento econômico.

Como são preços relativos, estes ficam distorcidos, o que ocasiona em várias ineficiências na economia. A conclusão é que tanto as pessoas, quanto as firmas perdem a noção dos preços relativos, o que dificulta uma avaliação mais concreta se algo está barato ou caro. 

Por este ponto é que a inflação afeta principalmente as camadas menos favorecidas da população, pois elas têm menos acesso a instrumentos financeiros para se defender da própria inflação.

Com a inflação mais alta também aumenta o custo da dívida pública, pois as taxas de juros da dívida pública devem compensar não somente o efeito da inflação, mas também precisam incluir um prêmio de risco para compensar as incertezas associadas com a própria inflação mais alta.


E como podemos dividir a inflação?


Pode-se dividir a inflação de duas maneiras:

  • Inflação de Demanda: Acontece quando há excesso de demanda agregada em relação à produção disponível. Suas chances aumentam quando a economia produz próximo do emprego de recursos. E, para combatê-la, será preciso que a política econômica se baseie em instrumentos que provoquem a redução da procura agregada.
  • Inflação de Custos: Esta é a associada à inflação de oferta. Neste tipo, o nível da demanda permanece e os custos aumentam. E o aumento dos custos provoca uma retração da produção, o que também aumenta os preços de mercado. É causada por: aumentos salariais, que fazem com que o custo unitário de um bem ou serviço aumente; aumento do custo de matéria-prima, o que provoca um super aumento nos custos da produção, aumentando também o custo final do bem ou serviço; a estrutura de mercado, que algumas empresas elevam os lucros acima dos custos de produção.

Vale ressaltar que, semanalmente, aparecem projeções dos economistas a respeito da inflação no Brasil no Boletim Focus, que é divulgado na manhã de toda segunda-feira. Por exemplo, para o ano de 2022, o relatório do último dia 21 de fevereiro mostrou que a estimativa para o IPCA (a inflação oficial do país) avançou de 5,50% para 5,56%, já estando acima do teto inflacionário de 5,0%. 

Fala-se em teto inflacionário, pois existe uma meta central de inflação, que, neste ano, é de 3,5%. Ou seja, ela será considerada cumprida se ficar entre 2,0% e 5,0%. O cenário não é tão distante disso para 2023: a expectativa para o IPCA é de 3,50%, o que está ainda acima do centro da meta que é de 3,25%. Mas será considerada cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

E aí, aprendeu a diferenciar cada índice que mede a inflação no Brasil? Para fixar, os mais comuns são o IPCA e o IGP. E o que esperar da inflação para este ano? Será que passaremos do centro da meta? É um risco alto de acontecer.

Relacionados

ASSINER E RECEBA

Materiais de estudos grátis

Estude com apostilas gratuítas e atualizadas. Simule o grande dia. Prepare-se para as provas e receba atualizaçōes do mundo financeiro diretamente no seu email.

Muito obrigado!
Sua resposta foi submetida com sucesso. Agradecemos pela seu contato!
Ir para home
Oops! occoreu um erro ao enviar o formulário.
tocando tubarao