O dia foi agitado com a Super Quarta do mercado financeiro, que trouxe os juros no Brasil chegando a 15%, além da manutenção dos juros nos EUA. Bora conferir?
Tubarão, sabia que hoje foi dia da Super Quarta do mercado financeiro? Hoje é aquele dia em que as decisões de política monetária tomam conta dos noticiários econômicos, com projeções confirmadas ou não, avaliações de cenário e perspectivas futuras.
Bora conversar sobre as decisões de hoje no Brasil e nos Estados Unidos? Começando com o nosso país…
Sim, Tubarão, aqui no Brasil, estamos falando de uma nova alta da Taxa Selic, desta vez de 0,25%. Sendo assim, a Selic chegou a 15%, um valor altíssimo e que mostra que o ciclo de aperto monetário segue a todo o vapor.
Abaixo, você pode conferir o ciclo de decisões da taxa básica de juros brasileira desde 2024 e entender como foi este processo:
Bora entender o que motivou esta nova alta da Selic?
Como você já deve imaginar, uma conjunção de fatores influencia as decisões a respeito da Taxa Selic. E, para começar a te explicar, eu já vou trazer um trecho da ata da última reunião, em maio:
“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.”
Para começar, um dos fatores que o COPOM (Comitê de Política Monetária) mais cuida é a inflação. E, se você acompanha os noticiários frequentemente, perceberá que ela segue acima da meta por um bom tempo…
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechou o mês de maio com alta de 0,26%, o que representa um índice de 5,32% no acumulado de 12 meses. E não é só isso…
O Boletim Focus desta semana trouxe uma redução na projeção do IPCA para 2025 por parte dos analistas de mercado: caiu de 5,44% para 5,25%. Apesar desta queda, o que se percebe ainda é o Brasil longe de cumprir sua meta inflacionária de 3%.
Assim, o mercado enxerga uma falta de controle sobre os preços e o Banco Central se vê obrigado a manter a Selic lá em cima para conter essas pressões inflacionárias.
Se você abrir os noticiários e ver a cotação do Dólar novamente acima dos R$ 5,00, o que você pensa? Que o real está desvalorizado, estou certo? É exatamente isso o que está acontecendo no Brasil há um bom tempo: a cotação do dólar não tem ficado abaixo dos R$ 5,00.
E manter os juros em um patamar alto é a forma que o Banco Central enxerga para conter esta desvalorização cambial e estimular a entrada de dólares no Brasil. Isso se justifica pelo fato da Selic remunerar os investidores que emprestam dinheiro ao país.
Basta abrir os noticiários, novamente, que percebe-se um governo brasileiro que gasta mais do que arrecada e demonstra dificuldades em manter um orçamento equilibrado. Isso não é bem visto pelo mercado.
Desta forma, quando o Banco Central mantém os juros lá em cima, quer dar uma resposta aos investidores que enxergam mais risco ao investir no nosso país (pedindo juros mais altos). A ideia é acalmar os ânimos e mostrar que algo está sendo feito para atrair recursos.
Quando eu falo de Super Quarta do mercado financeiro, significa que o mesmo processo de decisão da taxa de juros também aconteceu nos Estados Unidos. E lá na terra do Tio Sam a decisão foi pela manutenção da taxa de juros do país no intervalo entre 4,25% e 4,50%.
Talvez, se você olhar para a taxa brasileira, poderá achar que é uma taxa pequena. E é por isso que eu amo estudar a macroeconomia, porque ela explica cada cenário de maneira única.
Este patamar, para os padrões norte-americanos, é considerado bem elevado. Porém, o Fed (Federal Reserve) compreende que o cenário não favorece a uma queda nos juros do país.
Entre os dados mais recentes, destaca-se a queda de 0,9% nas vendas do varejo em maio, acima da previsão de 0,7%, puxada principalmente pela desaceleração nas vendas de automóveis.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) também trouxe um sinal de alerta: alta de 0,10% no mês e 2,4% no acumulado em 12 meses, sugerindo que, mesmo com números moderados, o risco inflacionário segue no radar.
No mercado de trabalho, foram criadas 139 mil vagas fora do setor agrícola em maio, após 147 mil em abril, um ritmo que indica certa moderação na contratação.
Para além dos indicadores domésticos, há um fator externo que pesa: a tensão crescente gerada pelas políticas comerciais do Presidente Donald Trump. As novas tarifas impostas e a escalada da chamada “guerra comercial” aumentam a imprevisibilidade sobre os rumos da inflação e do crescimento econômico. Diante desse contexto, o Fed opta por manter a cautela.
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