Selic a 13,25% e Juros nos EUA entre 4,25% e 4,5%: Tudo sobre a Super Quarta

A Super Quarta do mercado financeiro trouxe definições para a Taxa Selic e para a taxa de juros dos Estados Unidos. Confira aqui o contexto das duas decisões!

30/1/2025 17:05
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Quando tem Super Quarta no mercado financeiro, Tubarão, é sempre um dia agitado e que ficamos em cima dos noticiários. Por isso, eu resolvi te explicar tudo sobre as decisões de política monetária aqui neste artigo!

Selic a 13,25%: o que aconteceu?

Os juros não param de subir no Brasil, Tubarão… Na reunião desta semana do Copom (Comitê de Política Monetária), que foi a primeira de Gabriel Galípolo como Presidente do Banco Central, a decisão foi por uma alta de 1 ponto percentual.

Desta forma, a Taxa Selic subiu de 12,25% para 13,25%. Foi uma decisão unânime e que o mercado já projetava. Inclusive, na ata da última reunião do Copom, em dezembro de 2024, a qual dizia:  

“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões.”

E, se analisado o histórico, veremos que entramos em um ciclo de aperto monetário, que começou na metade de 2024, como você pode ver abaixo: 

  • Janeiro/2024: 11,75% → 11,25%
  • Março/2024: 11,25% → 10,75%
  • Maio/2024: 10,75% → 10,50%
  • Junho/2024: 10,50% → 10,50%
  • Julho/2024: 10,50% → 10,50%
  • Setembro/2024: 10,50% → 10,75%
  • Novembro/2024: 10,75% → 11,25%
  • Dezembro/2024: 11,25% → 12,25%
  • Janeiro/2025: 12,25% → 13,25%

Quais os motivos para a alta da Selic?

Um dos principais motivos para a alta da Selic está na inflação acima da meta central. Acho que você já ouviu falar em IPCA, né Tubarão? Esta sigla é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo e é considerada a inflação oficial do país. 

E o IPCA fechou o ano de 2024 em 4,83%, o que representa um valor acima do teto da meta inflacionária. Lembre-se que a meta central de inflação é de 3,0% e seria considerada cumprida se oscilasse entre 1,5% e 4,5%. 

Em outras palavras, a meta de inflação não foi cumprida. Porém, para a definição da Selic, não se olha apenas o que já foi, mas também o futuro. E as projeções do mercado financeiro para a inflação não param de subir: o Boletim Focus subiu a projeção do IPCA de 5,08% para 5,50% em 2025.

Talvez, você estranhe o porquê estou falando de inflação num artigo sobre a Selic. Isso se deve à Selic ser o principal modo que o Banco Central enxerga para conter as pressões inflacionárias, o que é o cenário atual.  

Alguns fatores têm pressionado a inflação no Brasil, dentre os quais podemos destacar: os efeitos climáticos, como as secas, que impactam nos preços dos alimentos e da energia elétrica por alguns meses. Isso se reflete no acionamento das bandeiras tarifárias para reduzir o consumo.

Outro fator é o ritmo mais acelerado da atividade econômica, surpreendendo analistas e levando o desemprego às mínimas históricas. O setor de serviços é muito afetado por este ritmo mais acelerado.

Além deles, tem o dólar em níveis altíssimos, que tem relação com o cenário externo (atuação de Donald Trump no governo) e dúvidas do mercado financeiro sobre a capacidade do governo brasileiro em equilibrar as contas públicas, por ser um governo que gasta mais do que arrecada.

E, sobre esta cotação do dólar bem alta, já reparou que estamos na marca acima dos R$ 6,00 há um bom tempo? Dessa maneira, os investidores optam por não colocarem recursos no Brasil, o que pressiona a cotação do Real X Dólar e desvaloriza o câmbio aqui. 

E ainda tem as dificuldades do governo federal em manter um orçamento equilibrado, com gastos públicos maiores do que a arrecadação. Assim, com essa falta de soluções para as contas públicas, o mercado duvida que o governo brasileiro seja capaz de controlar seus gastos.

Assim, o governo brasileiro aumenta a Selic: Para mostrar aos investidores que há um cuidado constante com a inflação, a fim de dar mais segurança a eles, tentando fazer com que mais recursos venham para cá.

O que aconteceu na reunião do Fed?

Como falei em dólar acima, já é o momento perfeito para falar da reunião do Fed (Federal Reserve). E a decisão do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto dos Estados Unidos) foi manter a taxa de juros dos Estados Unidos no intervalo entre 4,25% e 4,50%. 

Um dos motivos está na inflação dos Estados Unidos, o CPI (Índice de Preços ao Consumidor), que fechou o mês de dezembro do ano passado com alta de 0,4% e, consequentemente, com uma taxa anual de 2,9% em 2024.

Isso se deve à volatilidade dos preços de energia. Cabe ressaltar que a meta central de inflação dos EUA é de 2%. Além da inflação, tem a eleição de Donald Trump, que traz incertezas na economia norte-americana, por conta das suas promessas de campanha: aumento das tarifas de importação de produtos e da expulsão de imigrantes

Com este valor, a taxa de juros está considerada em um patamar muito elevado para o país norte-americano. Ainda assim, este fato faz com que os títulos públicos norte-americanos (treasuries) se tornem mais atrativos para os investidores colocarem seus recursos em uma moeda considerada mais forte, que é o caso do dólar. Assim, países emergentes, como o Brasil, podem ter seus investidores tirando recursos daqui.  

E aí Tubarão, gostou de ficar atualizado sobre o que está acontecendo no mercado financeiro? Então, continue acompanhando as notícias do mercado financeiro aqui no blog e nas minhas redes sociais.

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