O Copom decidiu manter a Taxa Selic em 13,75. E como isto impacta na inflação do Brasil? E mais: por que a inflação dos EUA tem relação com isso? Veja aqui
Foto: Site Global Estratégias Financeiras
A reunião do Copom desta semana decidiu por manter a Taxa Selic em 13,75%. Já fazem 90 dias que a taxa é mantida com este mesmo valor. Foram 12 altas consecutivas na taxa básica de juros, até chegar ao valor atual, que foi definido na reunião de setembro.
Para tratar deste tema, resolvi trazer mais profundamente a relação da Selic com a inflação, abordando até os Estados Unidos.
Por isso, acompanhe este artigo!!
Em primeiro lugar, quando se refere à Selic, estamos falando de uma sigla, que significa: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. É administrada pelo BC (Banco Central) e, nele, ocorrem transações de títulos públicos federais.
E aí entra a Taxa Selic, pois ela é essa taxa média de todas essas transações. Por isso, é um indicador muito relevante, por representar os juros básicos de toda a economia do Brasil. Em outras palavras, todas as taxas de juros do nosso país têm a influência da Taxa Selic. Um exemplo é a taxa de juros do cartão de crédito.
Já faz 90 dias que o Copom decidiu manter a Taxa Selic em 13,75%. As previsões dos especialistas do mercado estimam que, até o fim deste ano, a taxa básica de juros deve se manter neste mesmo índice.
Já para o próximo ano, a estimativa do mercado financeiro é que a Taxa Selic seja reduzida para 11,25%. Aguardemos qual será o cenário da economia no Brasil!!
A Taxa Selic tem duas funções básicas:
Sendo assim, a Taxa Selic é o principal instrumento de política monetária de controle da inflação, feito pelo Banco Central. É também a base para a rentabilidade de investimentos.
Esta função é do Comitê de Política Monetária, o Copom. A periodicidade destas reuniões são a cada 45 dias para definir a meta da Taxa Selic, a fim de garantir a estabilidade dos preços no país.
Só restam, assim, três definições: manter, aumentar ou diminuir a Taxa Selic. E tomar esta decisão tem relação direta com a inflação do país. A decisão atual foi de manter a taxa, que já faz 90 dias que está em 13,75%.
Mas, é importante ressaltar que, antes do valor atual ser mantido, a Taxa Selic vinha num crescimento constante pelo Copom. Foram 12 altas consecutivas, o que se iniciou praticamente com a pandemia.
Numa análise mais prática, quando a Selic sobe, os juros de financiamento e empréstimos também sobem. Além disso, os títulos de renda fixa se tornam mais atrativos para investimentos. Mas, outras consequências são: a queda da inflação e a desestimulação do consumo.
Já quando a Selic cai, os empréstimos e financiamentos ficam mais baratos, o que faz com que os títulos de renda variável sejam mais atrativos. Além disso, há um potencial aumento tanto da inflação, quanto da produção. Consequentemente, a ideia é estimular o crédito e o consumo.
Antes de falarmos mais profundamente da relação direta entre a Selic e a inflação, e até como a inflação dos Estados Unidos entram nesta história, gostaria de te contextualizar sobre como está o cenário aqui no nosso país.
No Brasil, se analisado o período acumulado de 12 meses, a inflação está em 7,17%. Só voltando o olhar para o período de janeiro a setembro de 2022, o índice chegou a 4,63%. No mês de julho, o IPCA estava em 5,49%. Após isso, ocorreu uma deflação durante 3 meses seguidos, muito por conta da influência do corte de impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica, produtos esses que por si só já impactam a inflação.
O Boletim Focus, que é um relatório semanal que traz as estimativas dos especialistas do mercado financeiro para a inflação, crescimento do PIB, Taxa Selic, taxa de câmbio do dólar, entre outros; espera que a inflação brasileira em 2022 fique em 5,60%. Esta já seria a 17ª queda consecutiva na previsão deste indicador.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a inflação dentro do período dos últimos 12 meses está em 8,2%. Este já é um dos maiores índices para o país norte-americano. E são duas as causas principais para este desequilíbrio entre oferta e demanda de modo geral: o cenário pós-pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Por conta da alta na inflação americana, o FED, que é o Banco Central dos EUA, deve aumentar a taxa de juros no país em 0,75% para frear o consumo. Cabe ressaltar que, nos EUA, a taxa de juros não é uma taxa fixa que nem no Brasil. Trata-se de um intervalo, sendo assim, a sua variável iria de 3,25% para 4%.
E todo este cenário na economia norte-americana tem a ver com o Brasil, pois, com o aumento da Taxa de juros nos EUA, são mais brasileiros que acabarão levando os seus recursos para o país norte-americano.
Em outras palavras, como os Estados Unidos pagarão 4% ao ano de juros, vai mais dinheiro nosso para lá. Ou seja, são mais dólares que irão sair do Brasil. Sendo assim, ele subirá no nosso país, pois haverá menos dólares no território brasileiro. Consequentemente, a inflação será pressionada e o real se desvalorizará.
No vídeo abaixo, tento explicar de forma mais sistemática todo este cenário e o que pode estar por vir para a economia do nosso país. Vem ver:
E aí Tubarão, entendeu mais sobre como a Taxa Selic impacta no cotidiano de cada um, especialmente no que se refere à inflação e ao consumo? E viu como é preciso ficar de olho no que está acontecendo com a economia dos Estados Unidos. O que acontece lá tem relação direta com o que acontece aqui. E para esclarecer estes e outros temas, você pode seguir acompanhando os meus conteúdos, tanto aqui, quanto nas minhas redes sociais, além de se tornar meu aluno, para entrar ainda mais a fundo a respeito dos conteúdos.
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