Conflito no Oriente Médio: impacto na economia brasileira

O conflito no Oriente Médio impacta diretamente na economia mundial. Por isso, neste artigo, eu te explicarei isso e, especialmente, como o Brasil se vê nisso.

15/10/2024 17:45
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O atual conflito no Oriente Médio, especialmente com o envolvimento do Irã e do Hezbollah contra Israel, está gerando grandes impactos globais. São impactos tanto humanitários, quanto econômicos, com implicações severas para países como o Brasil.

Quer ver como o que acontece lá na guerra pode refletir aqui no Brasil? É o que eu te conto aqui neste artigo! 

O que é o conflito no Oriente Médio? 

Tubarão, se olharmos ao longo da história, o Oriente Médio sempre foi palco de grandes tensões e conflitos, especialmente geopolíticos. Aí o recente ataque do Irã a Israel trouxe à tona temores de uma guerra em larga escala. 

Junto a isso, há o fato de que o Hezbollah também entrou no conflito. Este é um grupo extremista aliado do Hamas e apoiado financeiramente pelo Irã. Pronto: o resultado é uma altíssima instabilidade na região. 

E, assim, começam os efeitos pelo mundo, o que se justifica pois o Irã é um dos maiores produtores mundiais de petróleo. 

Acho que você já está esperando o que acontece a seguir: Alta no preço do petróleo. E estamos falando de um aumento expressivo no preço desta commodity, com o barril ultrapassando os US$ 80. 

Cabe ressaltar que o petróleo é extremamente suscetível a crises geopolíticas, por ser uma commodity global. Qualquer ameaça de redução da oferta, traz uma tendência de inflação dos preços. Ainda mais falando de uma região estratégica… 

Falamos em região estratégica, pois ela é uma rota importante para o transporte de mercadorias pelo mundo. Ou seja, qualquer interrupção na naturalidade deste fluxo pode acarretar em sérias consequências econômicas.  

Acho que você entendeu resumidamente os impactos pelo mundo. A partir disso, podemos começar a falar sobre os efeitos aqui no Brasil. 

Qual o impacto do conflito no Brasil?

Não há como não repetir a alta no preço do petróleo. Além disso, o medo de disrupções no fornecimento fez com que compradores antecipassem estoques, pressionando ainda mais os preços. 

Isso pode impactar diretamente o Brasil, elevando os custos dos combustíveis como gasolina e diesel.

Mas também, há outros efeitos: 

  • Valorização do dólar: A incerteza global também levou investidores a buscar segurança no dólar, causando sua valorização frente a moedas de países emergentes, como o Real. O dólar mais caro pode pressionar ainda mais a inflação no Brasil, encarecendo importações.
  • Pressão inflacionária: Com o aumento dos combustíveis e a consequente alta nos custos de transporte e produção, a inflação pode subir rapidamente. Isso impacta toda a cadeia de consumo, especialmente em produtos básicos como alimentos e bebidas, que dependem fortemente do transporte rodoviário.

Para você ter uma ideia, segundo o FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), o preço da gasolina tem efeito direto no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A cada 1% aumentado no valor, o IPCA sobe 0,07%. 

Além disso, o FGV/Ibre estima que o preço da gasolina compromete cerca de 7% do orçamento das famílias. Entendeu o motivo deste conflito mexer com o seu dia a dia? 

Um cenário assim gera grandes preocupações para economias dependentes de commodities, que é o caso da brasileira, que sentem o impacto de forma mais intensa em momentos de crise geopolítica. 

Se há alteração na inflação, especialmente com alta, isso pode ter impacto na taxa básica de juros do Brasil: a Taxa Selic. Lembre-se que, na última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária), a decisão foi pela elevação da Selic de 10,50% para 10,75%. O principal ponto é que há chances de novas altas na Selic. 

Cabe ressaltar que a Selic serve para controlar a inflação. Quando a taxa Selic está alta, significa que fica mais caro tomar dinheiro emprestado, o que pode desestimular o endividamento e potencialmente reduzir os gastos da economia.

Já quando a taxa Selic está baixa, significa que fica mais barato tomar dinheiro emprestado, o que pode estimular o endividamento e potencialmente aumentar os gastos da economia.

Tudo isso que te falei acima foi para te deixar por dentro do impacto do conflito do Oriente Médio aqui no Brasil. Esta é uma das funções da Macroeconomia: explicar como os fatos do cotidiano impactam no dia a dia do mercado financeiro. Não é à toa que falei do PIB, da inflação, da taxa de juros, da variável do preço de commodities. 

Pensando nisso, eu farei uma aula gratuita de Macroeconomia para te explicar como os temas do cotidiano e as notícias que você lê se aplicam no dia a dia do mercado financeiro. Esta aula será no dia 23 de outubro, às 20h, via Zoom. Se você quer entender tudo isso, inscreva-se clicando aqui!

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