O preço da gasolina no Brasil está caindo aos poucos. Mas qual o motivo por trás desta redução? Sendo que, ainda recentemente, o preço estava nas alturas.
Foto: Site Pixabay
Quantas vezes você reclamou neste ano a respeito do preço da gasolina? É, eu também reclamei bastante, sei nem quantas vezes foi. Mas, parece que o cenário está mudando, pois o preço está caindo no Brasil.
E qual o motivo por trás desta queda? É sobre isso que quero falar hoje neste artigo.
Antes de falar diretamente sobre a queda do preço da gasolina, gostaria de explicar o que envolve a formação deste preço.
São basicamente quatro custos, tanto no da gasolina, quanto no diesel: parte da Petrobras; impostos estaduais e federais (Cide, PIS/Pasep, Cofins e o ICMS); distribuição e revenda; adição de biocombustíveis.
No que se refere aos impostos federais e estaduais, a Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico), PIS/Pasep (Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) são federais. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é o único estadual.
Quanto à adição de biocombustíveis, na gasolina comum, há na composição 27,5% de etanol anidro, enquanto que na gasolina premium, são 25%. Já no diesel, há na composição 10% de biodiesel.
A Petrobras afirma que um terço do valor da gasolina, o equivalente a 33,6%, é formado por tributos. Convertendo para moeda, daria R$ 2,44.
Destes tributos, 22,4% são estaduais, o que corresponde a R$1,75, e 9,5% são federais, o que corresponde a R$ 0,69.
Já no diesel, existe na composição 11,7% de ICMS, o que corresponde a R$ 0,82. Cabe ressaltar que, até o momento, não são cobrados tributos federais para ele.
A primeira coisa que você precisa saber é que a Petrobras é responsável pelo preço do combustível nas refinarias e que a carga tributária será o maior fator de influência no preço.
O que também influencia nisso é a comercialização, o que envolve importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis.
Por isso, podemos falar em quatro fatores principais a serem analisados para formar o preço final do combustível: Preços do produtor ou importador de gasolina; Carga tributária; Custo do etanol obrigatório; Margens da distribuição e revenda.
Claro que também há alguma diferença no preço nos postos de entrega destes combustíveis, muito em função de uma variação regional.
Como já dito acima, a Petrobras, ou Petróleo Brasileiro S.A., é a responsável por definir o preço da gasolina. Cabe ressaltar que esta empresa é de capital aberto e tem como acionista majoritário o Governo Federal. Em outras palavras, é uma companhia estatal cuja economia é mista.
Essa petrolífera foi fundada em 1953, na época do governo do presidente Getúlio Vargas, coincidindo com o processo de industrialização no Brasil. Só atualmente que a companhia passou a ser uma empresa de capital misto.
Em pelo menos 18 estados brasileiros atualmente, a gasolina está mais barata. É o que mostra o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15), divulgado pelo IBGE nesta semana.
Em julho o preço da gasolina baixou 5,01%, em função da imposição de um limite para as alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadores e Serviços) sobre itens considerados essenciais.
E isso influenciou diretamente a inflação de julho no que se refere ao IPCA-15. Para se ter uma ideia, a gasolina, o etanol e a energia elétrica foram alguns dos itens que mais tiveram redução de preço nesta prévia. Mas, mesmo com a queda no preço, no acumulado de 12 meses, a alta é de mais de 20%.
Eu também gravei um vídeo sobre a queda do preço da gasolina e o que está por trás dela, o qual você pode acompanhar abaixo:
Segundo a imprensa, na última semana, o preço da venda dos combustíveis para as distribuidoras foi reduzido para 3,88%, o que equivale a um valor de R$ 3,71. Anteriormente, o valor médio do litro estava em R$ 3,86.
Cabe ressaltar que, na semana anterior, a redução havia sido de R$ 0,20, o que já talvez evidencie um processo de queda.
Esta nova queda ocorre depois do Conselho de Administração da Petrobras anunciar a aprovação de nova diretriz para a formação de preço dos seus combustíveis. Essa medida serve para incorporar uma ‘camada adicional de supervisão’, mas sem mexer na política de preços vigente e mantendo a responsabilidade dos reajustes para a diretoria executiva.
Mas, ainda que os preços das commodities tenham reduzido, a taxa de câmbio do dólar não foi aliviada e foi operada na quinta-feira a R$ 5,20.
Se analisado por estado, o Amapá foi quem teve a maior queda no preço médio da gasolina na última semana, quando estava sendo vendida a R$ 5,27, com preço mínimo a R$ 5,12.
O preço médio mais alto ficou com o estado do Rio Grande do Norte, no valor de R$ 6,35, com preço máximo chegando a R$ 6,59.
Além destes dois estados, veja a seguir a ordem por preço médio do combustível: Mato Grosso do Sul (R$ 5,54); Distrito Federal (R$ 5,62); Goiás (R$ 5,66); Sergipe (R$ 5,76); Minas Gerais (R$ 5,76); São Paulo (R$ 5,78); Paraná (R$ 5,78); Paraíba (R$ 5,80); Rio Grande do Sul (R$ 5,80); Santa Catarina (R$ 5,82); Rondônia (R$ 5,89); Mato Grosso (R$ 5,90); Alagoas (R$ 5,92); Pará (R$ 5,96); Espírito Santo (R$ 5,97); Rio de Janeiro (R$ 5,98); Amazonas (R$ 6,06); Ceará (R$ 6,13); Acre (R$ 6,14); Tocantins (R$ 6,17); Pernambuco (R$ 6,20); Bahia (R$ 6,21); Piauí (R$ 6,21); Maranhão (R$ 6,24); Roraima (R$ 6,25).
Mas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mesmo com a queda no preço da gasolina e a queda da inflação no geral, a redução tributária está longe de suprir a disparada destes preços.
Isso se deve ao índice acumulado em 12 meses de muitos itens, que ainda sofrem alta. Cabe ressaltar que a inflação acumulada em 12 meses está em 11,39%, e muitos destes itens ainda estão acima deste percentual.
A gasolina consiste num combustível cuja origem é fóssil e é obtido a partir do refinamento e craqueamento do petróleo. Além disso, na sua composição, há uma mistura de hidrocarbonetos, que consistem em compostos orgânicos com átomos de hidrogênio e carbono.
A título de curiosidade, os hidrocarbonetos são misturados com cinco a dez átomos de carbono na cadeia. Por isso, se pode afirmar que a qualidade da gasolina vai depender dos hidrocarbonetos que estiverem na composição.
Outro fator que influencia na qualidade da gasolina é a compressão, sendo que se ela ocorrer sem explosão, melhor será a sua qualidade. Por isso, a gasolina não pode ser muito sensível à compressão, pois certamente o rendimento diminuirá drasticamente.
Quanto ao processo de refinamento, este depende de cada tipo de gasolina, que são: Premium, Comum e Aditivada. E são várias etapas. Na Premium, por exemplo, os processos são mais sofisticados em relação às outras.
E aí Tubarão, aprendeu sobre como funciona o preço da gasolina e qual o motivo para a recente queda do preço? E para mim é uma honra enorme te contextualizar sobre esses assuntos do cotidiano, ainda mais que certamente nos afeta de alguma forma, no mínimo. E, para entender sobre esses e outros assuntos do mercado financeiro, você pode fazer um dos meus cursos. Venha ver e torne-se meu aluno!!
Estude com apostilas gratuítas e atualizadas. Simule o grande dia. Prepare-se para as provas e receba atualizaçōes do mundo financeiro diretamente no seu email.