O que é Tesouro Direto e como investir?

O Tesouro Direto é visto como uma forma de reserva de emergência, além de ter um retorno de dinheiro praticamente garantido. Saiba sobre os títulos públicos.

12/8/2022 17:40
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Foto: Site Xerpay

É um recurso que tem atraído muitas pessoas no Brasil. O Tesouro Direto é bem marcado pela sua praticidade e maior segurança dentre as pessoas que desejam investir, por isso tem sido a opção de muitos.

Mas, não pense que investir no Tesouro Direto é apenas uma alternativa de iniciantes e conservadores. Ele se mostra como uma excelente opção estratégica e proteção.

O que é Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é um programa criado pelo Tesouro Nacional e existe desde 2002. O Tesouro Nacional é um órgão que serve para gerir a dívida pública. A partir disso, as pessoas físicas podem comprar títulos do governo pela internet.

No vídeo abaixo, eu explico de forma mais resumida como é o Tesouro Direto e contextualizo um pouco de sua atividade atual também:

Como funciona o Tesouro Direto?

Basicamente, quando um investidor compra um título público do governo, ele está emprestando dinheiro ao próprio governo a partir do Tesouro Direto. Um outro ponto é o baixo valor necessário para investimento, o que já é possível a partir de R$ 30 e, normalmente, a liquidez é diária.

Qual é a vantagem do Tesouro Direto?

Além da liquidez diária, os títulos do Tesouro Direto tem inúmeras vantagens:

  • Segurança: Trata-se de uma das principais características destes investimentos, pelo fato do emissor ser o Governo Federal, o que diminui as chances de calote. E assim, estes títulos são considerados de menor risco, pela maior certeza em receber os lucros.
  • Acessibilidade: O fato de ser acessível não fica só no valor mínimo de aplicação, que é de R$ 30. Mostra-se também como uma forma de democratização dos investimentos, pois agrada e tem opções para muitos perfis de investidor.
  • Praticidade: Primeiro, que não é necessário ir até uma instituição para realizar o investimento, pois o mesmo pode ser feito em sites ou aplicativos. Basta ter CPF e uma conta em uma corretora de valores para fazer um investimento num título público.
  • Rentabilidade: Com previsibilidade de retorno, normalmente você tem a noção do quanto poderá ganhar. Para saber o real rendimento da sua aplicação, isso vai depender do tipo de título da sua escolha. Mas sim, a rentabilidade é maior, por exemplo, do que a da caderneta de poupança.

Qual é a desvantagem do Tesouro Direto?

Veja abaixo o que pode ser considerado como desvantagens no que se refere aos títulos do Tesouro Direto:

  • Marcação a mercado: Como já dito acima, os retornos são garantidos na data de vencimento. Por este aspecto, há risco de perda de dinheiro em caso de resgates antecipados em alguns de seus títulos, por estarem sujeitos à variação de preços no dia a dia.
  • Taxa de Custódia - B3: A bolsa de valores do Brasil, ou B3, é responsável pela custódia de títulos públicos dos investidores e cobra uma taxa para guardar estas informações e movimentações. É uma taxa paga a cada semestre e sobre o valor total da aplicação.
  • Tributação: É mais uma possível desvantagem e, como você pode ver mais adiante, a alíquota segue a tabela regressiva de IR (Imposto de Renda).

Quem pode investir no Tesouro Direto?

Qualquer pessoa pode investir no Tesouro Direto, basta ter CPF (Cadastro de Pessoa Física) e que estejam cadastrados em alguma instituição financeira, onde constam bancos, corretoras ou distribuidoras de valores). É importante reiterar que não é uma necessidade morar no Brasil.

Quais são os tipos de Tesouro Direto?

Pode-se dividir os títulos públicos do Tesouro Direto em três: prefixados, pós-fixados e híbridos.

Os prefixados é quando você sabe o retorno exato que vai ter no momento da compra. A única condição para isso acontecer é que faça o resgate na data de vencimento do título.

Os pós-fixados é quando você só sabe do retorno total do investimento que terá na hora do resgate. Você até conhece os critérios da remuneração, mas é preciso estar ciente de que os papéis estão atrelados a um indexador bem variável.

Já os híbridos têm um caráter mais misto de retorno, pois até existe uma parte da remuneração que é definida no momento da compra do título, mas também com outra parte que depende da variação da inflação.

Após entender sobre os tipos de títulos, agora é a hora de ver as suas modalidades:

Tesouro Selic (LFT)

A LFT, ou Letra Financeira do Tesouro, é um título de tipo pós-fixado. Ele acompanha a variação da Taxa Selic, que é a taxa básica de juros do Brasil e é definida a cada 45 dias pelo Banco Central em reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).

É um título pouco volátil e com liquidez diária. Ser pouco volátil significa que o preço do papel oscila pouco com o tempo. A aplicação do rendimento ocorre diariamente.

Caso seja preciso vender o papel antes da data de vencimento, você não perderá dinheiro e o retorno será pago até a tal data. E este é um dos motivos que torna esta uma opção de reserva de emergência.

Além disso, a rentabilidade será sempre positiva, o que muda é o tamanho dela, pois dependerá de quanto tempo você mantiver a aplicação.

Tesouro Prefixado (LTN)

A LTN, ou (Letras do Tesouro Nacional), é quando o retorno é informado no dia da aplicação, por isso dela ser prefixada. Isso significa que você tem a noção do retorno que terá se mantiver a aplicação até a data de vencimento.

Mas, neste aspecto, existe um porém: caso a sua decisão seja por resgatar o dinheiro antes da data de vencimento, há uma tendência de que o valor retirado seja menor que o investido, ocasionando assim um prejuízo, ou você ganhará menos que o esperado.

Isso se justifica pela oscilação que o título sofre ao longo do tempo, seja para cima ou para baixo, dependendo das expectativas quanto aos juros. Assim, a rentabilidade está atrelada ao momento do resgate.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)

A NTN-F, ou Notas do Tesouro Nacional – Série F, é um título que contém o pagamento periódico dos rendimentos, ou seja, você recebe os pagamentos a cada seis meses.

Cabe ressaltar que não é necessário esperar a data de vencimento para realizar o resgate dos ganhos. Isso se justifica pelo fato de, duas vezes por ano, ocorrer o pagamento dos juros devidos até a data, cujo nome é cupom.

Mas quanto ao cupom, sempre que o receber, há o desconto de alíquota máxima do imposto de renda, sobre o ganho de 22,5%.  

Sendo assim, mostra-se como uma vantagem investir na NTN-F o fato de que você terá fluxo de caixa a cada semestre e sem a necessidade de venda do título antes da data de vencimento.

Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)

Trata-se de um título do tipo híbrido, em que uma parte do retorno é prefixada, definida no momento da aplicação, e a outra parte dependendo da inflação, medida pelo IPCA.

Este papel é protegido contra a inflação, sendo assim, a partir da parte prefixada é que ocorre a remuneração real. Isso porque a inflação prejudica o poder de compra e desvaloriza o dinheiro.

E aí está a grande vantagem deste investimento, pois sempre vai existir um ganho real e que é acima da inflação.

Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B)

É também um título híbrido e funciona da mesma forma do título escrito anteriomente, em que o ganho tem uma parte prefixada, definido no momento da compra, e outra que depende da variação da inflação (IPCA).

Mas há uma diferença, que é o pagamento de juros semestrais de forma proporcional. No primeiro pagamento, a tributação do IR sobre o ganho semestral é de 22,5% e vai regredindo até chegar a 15% para após 720 dias.

É preciso reiterar que, caso haja resgate dos ganhos antes da data de vencimento, você pode receber mais ou menos que o esperado, pois a inflação sofre marcação a mercado.  

Quais são as taxas do Tesouro Direto?

No que se refere à tributação, os títulos do Tesouro Direto têm uma tributação regressiva, o que significa que pagará menos imposto de renda (IR) se deixar por mais tempo o dinheiro na aplicação. E a tributação funciona da seguinte maneira:

  • 22,5% - para aplicações cujo lucro obtido das aplicações seja até 180 dias
  • 20% - para aplicações cujo lucro obtido das aplicações seja de 181 a 360 dias
  • 17,5% - para aplicações cujo lucro obtido das aplicações seja de 361 a 720 dias
  • 15% - para aplicações cujo lucro obtido das aplicações seja a partir de 721 dias

Cabe ressaltar que não há a preocupação em pagar o IR, por ser retido na fonte. Mas, há também o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para ser pago no caso de resgates feitos em curto prazo (abaixo de 30 dias).

O IOF também é calculado sobre os rendimentos do período, mas só acontece nos 30 primeiros dias da aplicação, sendo que, no início, é de 96% e vai se reduzindo a zero até o último dia.


E aí Tubarão, aprendeu mais sobre o Tesouro Direto? Saiba que é um tema abordado em prova também, então veja o quão importante é saber sobre ele.

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